sábado, 9 de abril de 2016

Um grupo com olhares críticos e construtivos


Um grupo com olhares críticos e construtivos

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Em um espaço cheio de livros, no mesmo local já citado anteriormente em outros textos, em um mesmo dia da semana (quinta-feira). E já vemos aqui o início de uma repetição de fatos e locais, e até de algumas pessoas presentes naqueles momentos. Pessoas se reuniram para fazer um olhar crítico, com objetivos construtivos. Aluísio Azevedo, o livreiro que faz parte de algumas academias as margens do rio Potengi, cedeu a palavra para dois personagens editoriais e literários, com pautas anteriores em jornais e revistas (José Correia e Tácito Costa). Mas desta vez o grupo reunido mostrou-se restrito, nem chegou a uma dezena, mas passou de meia dúzia. Os acadêmicos gostam de números para fazerem suas estatísticas, e chegarem a conclusões sobre um gráfico. O princípio do pensamento cartesiano. Dizem que as repetições indicam as futuras repetições dos fatos, tudo provado cientificamente e estatisticamente. Tal como a cartomante que interpreta as linhas, por repetições não anotadas através de estatísticas, mas usam a oralidade, uma outra forma de transmitir conhecimentos.

Na plateia um grupo restrito, uma dupla representando o seguimento feminino, e um quarteto representando o seguimento masculino. Mais os principais que foram já citados. De modo simples havia uma paridade, uma representatividade entre alguns seguimentos. Entre escritores e leitores; editores e livreiros; entre uns e outros. E outros seguimentos não pesquisados a que pertencem os que estavam ali presentes. De uma apresentação citada na agenda, transcorreu o evento como uma mesa redonda, sem coordenador ou mediador. O princípio do respeito da ordem e da fala. E com um grupo pequeno, em uma mesa redonda, usemos o baralho apontando uma dupla e uma quadra. Um par de damas e um four de valetes. Mais a trinca de Ás, que deram início ao jogo.

Uma dupla feminina, as damas. Uma escritora professora, apresentadora mediadora, com cadeira na União Brasileira de Escritores (Jania Souza). E uma advogada, que no nome traz a verdade, com atividades culturais e literárias junto a população carcerária (Guiomar Veras). Escritoras e leitoras, de bulas, receitas e livros. Mães e filhas.

A quadra masculina, os valetes. Um escritor farmacêutico (Damião Gomes), do antigo grupo dos hospitaleiros, quando se originou os atuais hospitais, onde faz o seu trabalho. Um escritor bancário (Marcos Campos) e um escritor de livros infantis (Sebastião Bortoni), dando vida aos personagens de Monteiro Lobato. Um tal de Maracajá (Roberto Cardoso), que dizem ser um cronista, que agora aqui vem traçando essas linhas. E sobre uma mesa de feltro verde, podemos apresentar outros jogos. Algumas cartas já estão no lixo sobre a mesa, enquanto outras ainda podem ser compradas no baralho, com novas rodadas todas elas voltam para o jogo. Basta juntar e embaralha-las, distribui-las, e construir novos jogos.

Sob um olhar crítico percebe-se que no RN, vem formando e formatando diversos festivais. Um festival de festivais em torno da leitura e do livro. Lembrando um festival de bichos, onde já apontamos um Galo, um Preá e um Maracajá. Poderíamos até apontar uma Caravela, que pode ser, um ser vivo no mar ou uma embarcação. Substantivos singulares e plurais.

O festival dos festivais. Festival bibliotecário e festival gráfico, festival editorial e literário, do estado do RN. E o festival do perdido leitor, tal como uma caravela ao sabor do vento. Mas uma caravela controlada pode trazer e levar conhecimentos. Foi assim que os ingleses conquistaram os mares e o conhecimento.

Por falta de capa dura e de orelha na capa, diversas ações em torno do livro vão acontecendo, no RN. E por falta de índice e introdução; apresentação e glossário. Leitores e escritores vão ficando perdidos com as folhas ao vento. Fato muito comum na Era da informação. É preciso encadernar ideias e páginas, para formar um conhecimento.

Tem festival na capital do litoral, e na capital do interior. Tem festival nas praias do Sul e nas praias do Norte. Festival com feira internacional e feira artesanal, feiras em terras de cangaceiros e terras de pipas. Feiras na tromba e no rabo do elefante, nas costas e nas pernas, na barriga do paquiderme norte-rio-grandense. Do cordel ao livro eletrônico; do artesanal ao PDF.

Mas, para entendermos a situação do RN, usemos a história. O RN na esquina do continente recebe em sua história diversos povos, de outros continentes, que chegaram com os ventos. Os que não tinham registros na história contadas em livros, já estavam em terra firme: potiguares e caicós, janduis e jucurutus, e outros povos indígenas. Muitos deixaram registros em pedras e rochas, já promovendo seus festivais literários.

Os que chegaram escrevendo, fazendo registros com tinta e papel foram os portugueses e holandeses. Com arquitetura e engenharia deixaram construções além dos livros e documentos escritos. Inscreveram sua história com o uso das pedras e cimento, criando estruturas fortificadas. Se os povos que chegaram, não foram até as rochas do interior, as rochas em forma de pedras chegaram até eles. Não escreveram em rochas mas usaram as pedras para construir uma linguagem. Usaram a arquitetura, uma antiga forma de literatura.

As primeiras embarcações podem ter chegado ali perdidas, em Natal/RN. E com o uso da escrita, podem ter alterado a história dizendo serem seus objetivos, calculados por estrelas e astrolábios. Depois das naus e caravelas, vieram os vapores, movidos por caldeiras. E depois chegaram os navios, movidos por óleo diesel. Os primeiros aviões vieram nos rastros deixados por embarcações. E chegou Saint Exupéry, aviador e escritor, com os primeiros voos franceses que deram origem a Air France. Natal foi ponto de apoio de voos entre Europa e EUA. Foi porto e aeroporto para povos navegantes. E depois dos aviões postais e comerciais, os aviões militares pousaram em Parnamirim Feeld. Natal vem ao longo de sua história sendo um porto e um aeroporto, recebendo outros povos que navegam pelas correntes de ventos. Hoje fala-se em ter um HUB, para receber os enormes aviões, em outro capítulo na história da navegação (aérea ou marítima). Ainda que diferente, a história se repete, questões de pontos de vistas.

Antes do homem conhecer e estudar, usar os ventos, as aves de já conheciam e usavam nas épocas de migração. Aves podem voar usando sensores magnéticos e correntes de ventos. As naus e caravelas observavam as aves e a bussola, as nuvens e os ventos. E diz a geologia que um dia os continentes eram mais próximos, dando oportunidades a homens e animais de atravessar as faixas de água, que hoje são salgadas.

Natal é uma cidade influenciada pelos ventos. Ventos que aportam outros povos, e pensamentos. E daí tantas ideias ao mesmo tempo, provocando regiões de altas ou baixas pressões, dependendo da temperatura. E tal como o tempo é incerto, ora chuva e ora sol, seguem as ideias e pensamentos com tempestades de ideias (braimstorming).



Texto para: Substantivo Plural

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