quarta-feira, 20 de abril de 2016

Diário de bordo de uma Caravela




Diário de bordo de uma Caravela
PDF 626



Na época dos descobrimentos, os europeus lançaram-se ao mar em busca de especiarias, já que o caminho terrestre estava impedido, com a tomada de Constantinopla. Temperos e especiarias definiam seus gostos, suas tradições e seus conhecimentos; marcavam as suas divisas territoriais e culturais. E navegando pelos mares, encontraram novas terras e novos conhecimentos. Buscavam inicialmente um novo caminho para as Índias, e a prova de que a Terra era redonda, assim aprendemos na história, assim foi registrado em alguns livros. Com documentos de Pedro Alvares Cabral e Cristóvão Colombo.

Mas podiam ter outros objetivos, pois começavam um processo de globalização, aproximando os continentes. E por navegar em mares nunca dantes navegados, enfrentaram novas aventuras, e acabaram por adquirir novas informações, novos conhecimentos. Descobriram novas doenças, novas causas e novas curas, como o caso do escorbuto, curado com a ingestão e uso do limão, um item que passou ser necessário ter a bordo, entre medicações e mantimentos, nas próximas viagens programadas. Descobriram novos costumes, novos usos e novas especiarias.

Descobriram novas terras e implantaram suas ideias e seus temperos. Levaram novos conhecimentos e mercadorias para as terras encontradas, repetindo seus atos na viagem de volta, expatriando mercadorias, das novas terras descobertas. Começaram com vegetais e depois foram em busca dos minerais. Desmatamento e escavações, continuaram pelos séculos seguintes. E com o conhecimento adquirido, com vegetais e minerais explorados, pesquisados e transformados, hoje vendem conhecimento e tecnologia. Do ferro fizeram o aço, da navegação marítima a navegação aérea, chegando a navegação na internet. Agora estudam os ventos para vender conhecimento e tecnologia. Insistem em um discurso de autossuficiência, para países em desenvolvimento. Guardam para si as melhores partes do conhecimento, da tecnologia e da economia.

Começaram com barcos pequenos próximos a costa. Embarcaram em barcos maiores, e saíram em busca de mercadorias. Primeiro costearam a África. Não fizeram nada de novo, a navegação e o comercio marítimo já era de conhecimento dos Fenícios. Haviam trocas de mercadorias no Mar Mediterrâneo, entre Europa, África e Ásia. E arriscaram enfrentar o Atlântico. Mas levaram na bagagem algumas novidades, para navegar em lugares desconhecidos. Poderiam encontrar animais da imaginação, ou povos selvagens e não amistosos.

Embarcaram algumas novidades, em suas caravelas, como a tinta e o papel; armas e pólvora. Estavam armados de penas e tintas, com balas de armas e canhões, o uso bélico individual e coletivo, para conquistar com a força e o conhecimento cientifico. Tinham como símbolos a cruz e a espada (uma cruz invertida). Avistaram o Cruzeiro do Sul, e podem ter imaginado estar no caminho certo. Seus mastros e seus símbolos estampados nas velas, também tinham a forma de uma cruz. Aplicaram um recente conhecimento denominado cartesiano, com dados marcados em uma cruz. A cruz o maior legado de Jesus Cristo.

Precisavam fazer registros de suas batalhas e seus feitos; suas conquistas. Precisavam retornar com notícias e registros. Assim levaram a sua história, com conhecimentos bélicos e de marinharia, e outros tantos conhecimentos. As caravelas se tornam um símbolo de conhecimento com velas ao vento, tal como pensamento, que as vezes precisam de um leme, um comandante e um timoneiro. As caravelas permitiram novos conhecimentos, e transporte de mercadorias.

E agora uma Caravela partiu de Natal, para navegar em outras praias no litoral ou no interior. Percorrendo mares, rios e estradas. Tem a missão de conquistar novas terras com novos leitores, com papel e tinta de tipografia. Na data de novembro de 2015, uma Caravela lançou-se ao mar de informações e conhecimentos, capitaneada pelo comandante Torres Neto e seus oficiais de bordo Peixoto e Azevedo. A caravela partiu com a bandeira editorial Caravela Selo Cultural. E com registro de viagem número 1 do ano 1. Navegará e trará notícias de outras plagas. Trará de volta novos conhecimentos. Conjugará saberes e sabores.

A bordo seguiram personagens com outras patentes, entre tripulantes e passageiros, com conhecimentos diversos, de Alex Peixoto a Tacito Costa e algumas letras intermediarias do alfabeto. Na bagagem cultural estavam embarcados conhecimentos e literaturas do RN. Entre jornais e revistas, escritores e escritoras, muitos foram citados e estudados.

A bagagem que segue a bordo da Caravela é intelectual.  As primeiras caravelas transportavam mercadorias com objetivo do comercio, proporcionando propriedades comerciais, instaladas nas cidades e nos portos. O conhecimento estava com os comandantes das frotas. O comercio evoluiu, o volume de carga aumentou e foram transportadas matérias primas. Matérias primas estas que proporcionaram as indústrias, surgindo uma propriedade industrial e novos conhecimentos. O conhecimento como mercadoria, a estratégia da informação e da tecnologia.

A principal mercadoria atual é a informação, que transformada produz um conhecimento. As informações estão disponíveis nos meios de comunicação e arquivadas, transportadas em CDs, HDs e nas mentes. E a mente de cada um com informações e conhecimentos é a nova indústria de transformação, de informações em conhecimentos, produzindo novos conhecimentos, um capital de propriedade intelectual.

Uma caravela com olhares cartesianos, já que seu estaleiro foi na academia, com engenheiros navais, armadores, escritores e editores, oriundos de faculdades e universidades. E podem levar na bagagem seus certificados, seus diplomas e seus títulos, como armas para possíveis batalhas. Com uma cruz fazem uma diagramação e uma escolha e artigos. Uma Caravela com conhecimentos diversos partiu de Natal em sua viagem número 1. Fará um giro pelas mãos, e navegará pela internet. É a revista Caravela, uma revista de literatura potiguar.



Texto para Revista Kukukaya:



RN, 20/04/16
por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Branded Content (produtor de conteúdo)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
Maracajá


sexta-feira, 15 de abril de 2016

Lula a caminho da produção cientifica – o pós doc 3






Lula a caminho da produção cientifica – o pós doc 3
PDF 624



Lula a caminho da produção cientifica – o TCC, a monografia e a tese. E por fim os trabalhos de pós doc. A produção da própria literatura; sem obedecer tantas regras, ditadas pela academia. Escapando do estilo literário cientifico.

PDF 624



Mas quis a sociedade entender e impor, que o saber e o conhecimento são adquiridos com alunos sentados, e um professor com a palavra franqueada. O domínio pela posição do professor que pode circular pela sala, enquanto os alunos (a-lunes, seres sem luz), precisam ficar sentados e olhando para frente, todos olhando para a lousa e o professor, a luz no final do túnel. O professor que dispõe de uma mesa, onde pode observar toda a sala, a partir de um ponto estratégico. E ao final do curso o aluno recebe um papel, com o aval de um professor, garantido e registrando por escrito o seu conhecimento, por um documento, um certificado ou um diploma, tornando-se mais valoroso pela empresa, a escola, que o proporciona.

Pelo olhar das leis do direito, o acusado não tem obrigação de gerar provas contra si. E o aluno (a-lunes), na condição de um réu que não domina um determinado conhecimento, periodicamente deve gerar uma prova escrita, de próprio punho, descritiva ou simplesmente assinada, expondo os seus saberes e o seu conhecimento, para que um professor em uma condição privilegiada, uma posição de domínio, possa afirmar o que o aluno sabe, e o que o aluno não sabe, baseado em seus critérios e pontos de vistas. Por avaliações orais ou escritas, individuais ou em grupo, em classe ou extraclasse, na escola ou na rua, no papel ou no computador. In vitro. Com técnicas controladoras e assistidas.

Mas o principal papel entre os papeis recebidos em uma escola, é o primeiro, afirmando que o aluno é alfabetizado, sabendo ler e escrever. Com a ferramenta de entender o código de letras, poderá buscar outros e novos conhecimentos. A alfabetização como a chave dos livros. E a escola ou colégio, utiliza outras estratégias para manter o aluno sentado, de olhos vidrados em outros professores. O aluno assume um não conhecimento, autorizando a ser avaliado em testes e provas. A dominação reconhecida e autorizada.

E o professor retirando argumentos, teorias e conceitos de livros, artigos e outros documentos.  Com recortes da história, cozendo e construindo uma trama, uma colcha de retalhos, para contar uma história. Das provas e testes fizeram a sua palmatória, atribuindo conceitos e notas. A dominação sobre o outro com um conhecimento adquirido. E quem não tem um conhecimento, precisa acreditar no que diz aquele que o adquiriu, ainda que com seus próprios pontos de vistas. O aluno como um réu diante do professor juiz, cria provas do seu conhecimento, avaliado com notas de zero a dez. Tendo a classe como testemunha, e o conselho de classe como corpo de jurados.

O professor agora saiu da sala, agora está do outro lado da janela (Windows), e é possível fazer uma faculdade a distância na modalidade EaD. O aluno perdeu o único contato que tinha com o professor, e a permissão de falar, levantando o dedo. A estrutura educacional livrou-se do aluno, que faz perguntas, questiona modelos e traz problemas. Gasta agua e luz, ocupa as instalações que precisam de reparos e manutenção. Ao manter um aluno a distância é possível diminuir custos e aumentar os lucros. E o ex-aluno bem-sucedido servira para sempre como louros de vitória da instituição de educação, como formadora do aluno. Mas Bourdieu (1930-2002) já nos informou e afirmou que depois de cinco anos de formado, não importa mais a instituição educacional onde obteve um diploma, é o profissional quem está ali, construindo a si próprio.

Só muda de ano, só passa de ano, ou de série aquele que obedeceu ao pensamento do professor. O professor que foi formado no mesmo caminho, com a mesma cartilha. E o aluno precisa cumprir a via sacra, presencial, semipresencial ou a distância, de primeiro, segundo e terceiro grau, para então entrar na seara da pós-graduação, destacar-se entre os graduados, com especialização, mestrado e doutorado. E enfim o pós-doutorado, a soltura dos grilhões educacionais, as algemas da avaliação.

Enfim a liberdade de fazer suas escolhas. Depois do TCC, da monografia, da dissertação e da tese, a chegada ao pós-doutorado. A chegada no plano astral sem mestres ou professores, sem orientador ou co-orientador. Talvez um tutor, indicando os passos de uma seara desconhecida, a dominação é eterna, é necessário pelo menos uma testemunha, um acompanhante como tutor, um orientador dos passos desconhecidos em outra cidade ou universidade, e até outro estado ou pais. E sem banca avaliadora para dizer o que está certo ou errado, o que pode e o que não pode, mais as possíveis e impossíveis sugestões de literatura, o denominado levantamento bibliográfico. E sugestões para que o trabalho seja publicado. Um trabalho que pode render alguns artigos. Daí uma nova guerra, com as batalhas contra os grupos detentores de um poder em uma revista cientifica, os denominados consultores ad hocs, os que mandam na revista, separando e escolhendo, o que pode ou não pode ser publicado.

A liberdade de usar a própria bussola, escolhendo seus próprios norteamentos, ou suleamentos como disse Paulo Freire, afirmado que nortear é olhar para o Norte, onde se encontra os EUA. A liberdade de criar a própria modalidade de analise ou de pesquisa, a formação e formatação do trabalho. Só será preciso usar as regras de ABNT ou as normas de Vancouver, para publicações em revistas, para o entendimento daqueles que só conhecem e só admitem estas regras, usadas na modalidade literária denominada de cientifica. Não conhecem a licença poética. Só admitem a validade da poética, ao estudar um poeta popular e sua produção, e vão procurar regras e teorias para justificar, o que está na boca do povo.  Tal como fizeram com o cordel, uma manifestação popular. Estabeleceram regras de formatação para dizer o que é e o que não é cordel. A apropriação da academia, da propriedade criativa e intelectual do povo.

No pós-doc, a oportunidade de escolher uma teoria do conhecimento, do idealismo platônico ao realismo de Aristóteles; do olhar cartesiano ao empirismo anglicano; dos ideais de Kant ao pragmatismo, chegando a fenomenologia. Do conhecimento teórico ao conhecimento empírico, criando a própria epistemologia, com critérios, limites e alcances. Criar e formular teorias, defender pontos de vistas.

Esquecendo os ismos, perceber que prosa ou poesia, e até cordel também contém conhecimento. Transmitem ideias e pensamentos. Assim como os gestos que não seguem normas de comportamento. O passa a passo para não perderem o compasso ao seguir seus passos. A trilha de sementes deixada no caminho, para o que venham atrás não busquem atalhos, e se percam no caminho.

Até mesmo nas ruas existem informações e conhecimentos com outros tipos de linguagem (Komunicologie), em placas metálicas ou de acrílico, ou com tintas no piso e no asfalto. Lâmpadas acesas ou apagadas com cores diferenciadas, estáticas ou em movimento.



Entre Natal e Parnamirim, 15/04/16

por
Roberto Cardoso (Maracajá)
Branded Content (produtor de conteúdo)
Reiki Master & Karuna Reiki Master
Jornalista Científico
FAPERN/UFRN/CNPq
Maracajá





Texto publicado em:

PDF 624 - Lula a caminho da produção cientifica – o pós doc 3




Textos relacionados
PDF 623 – EaD - Abstract


Textos anteriores:
PDF 594 - Lula a caminho da produção cientifica – o TCC
http://www.publikador.com/politica/roberto-cardoso-(maracaja)/lula-a-caminho-da-producao-cientifica-o-tcc
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/5587178
http://fgqoferramenteiro.blogspot.com.br/
https://tmblr.co/Z9gcsh23IZH6C

PDF 595 - Lula a caminho da produção cientifica – a Monografia
http://www.publikador.com/politica/roberto-cardoso/lula-a-caminho-da-producao-cientifica-a-monografia
http://fgqoferramenteiro.blogspot.com.br/2016/03/lula-caminho-da-producao-cientifica.html
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/5587180
https://tmblr.co/Z9gcsh23LxtwR

PDF 596- Lula a caminho da produção cientifica – a Dissertação
http://www.publikador.com/politica/roberto-cardoso-(maracaja)/lula-a-caminho-da-producao-cientifica-adissertacao
https://tmblr.co/Z9gcsh23PrLPr
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/5587181
http://forumdomaracaja.blogspot.com.br/2016/03/lula-caminho-da-producao-cientifica.html

PDF 597- Lula a caminho da produção cientifica – a Tese
https://kommunikologie.wordpress.com/2016/03/17/lula-a-caminho-da-producao-cientifica-a-tese/
https://forummaracaja.wordpress.com/2016/03/17/lula-a-caminho-da-producao-cientifica-a-tese/
https://tmblr.co/Z9gcsh23WI2Pe

PDF 605 - Lula a caminho da produção cientifica – pós-doc 1
http://www.publikador.com/politica/roberto-cardoso/lula-a-caminho-da-producao-cientifica-o-pos-doc-1
http://programacaoculturalnailha.blogspot.com.br/2016/03/lula-caminho-da-producao-cientifica-o.html
https://tmblr.co/Z9gcsh23xJcWA

PDF 607 - Lula a caminho da produção cientifica – pós-doc 2
http://www.publikador.com/politica/roberto-cardoso-(maracaja)/lula-a-caminho-da-producao-cientifica-o-posdoc-2
http://arrochandoono.blogspot.com.br/2016/03/lula-caminho-da-producao-cientifica-o.html


sábado, 9 de abril de 2016

Um grupo com olhares críticos e construtivos


Um grupo com olhares críticos e construtivos

PDF 617

 


Em um espaço cheio de livros, no mesmo local já citado anteriormente em outros textos, em um mesmo dia da semana (quinta-feira). E já vemos aqui o início de uma repetição de fatos e locais, e até de algumas pessoas presentes naqueles momentos. Pessoas se reuniram para fazer um olhar crítico, com objetivos construtivos. Aluísio Azevedo, o livreiro que faz parte de algumas academias as margens do rio Potengi, cedeu a palavra para dois personagens editoriais e literários, com pautas anteriores em jornais e revistas (José Correia e Tácito Costa). Mas desta vez o grupo reunido mostrou-se restrito, nem chegou a uma dezena, mas passou de meia dúzia. Os acadêmicos gostam de números para fazerem suas estatísticas, e chegarem a conclusões sobre um gráfico. O princípio do pensamento cartesiano. Dizem que as repetições indicam as futuras repetições dos fatos, tudo provado cientificamente e estatisticamente. Tal como a cartomante que interpreta as linhas, por repetições não anotadas através de estatísticas, mas usam a oralidade, uma outra forma de transmitir conhecimentos.

Na plateia um grupo restrito, uma dupla representando o seguimento feminino, e um quarteto representando o seguimento masculino. Mais os principais que foram já citados. De modo simples havia uma paridade, uma representatividade entre alguns seguimentos. Entre escritores e leitores; editores e livreiros; entre uns e outros. E outros seguimentos não pesquisados a que pertencem os que estavam ali presentes. De uma apresentação citada na agenda, transcorreu o evento como uma mesa redonda, sem coordenador ou mediador. O princípio do respeito da ordem e da fala. E com um grupo pequeno, em uma mesa redonda, usemos o baralho apontando uma dupla e uma quadra. Um par de damas e um four de valetes. Mais a trinca de Ás, que deram início ao jogo.

Uma dupla feminina, as damas. Uma escritora professora, apresentadora mediadora, com cadeira na União Brasileira de Escritores (Jania Souza). E uma advogada, que no nome traz a verdade, com atividades culturais e literárias junto a população carcerária (Guiomar Veras). Escritoras e leitoras, de bulas, receitas e livros. Mães e filhas.

A quadra masculina, os valetes. Um escritor farmacêutico (Damião Gomes), do antigo grupo dos hospitaleiros, quando se originou os atuais hospitais, onde faz o seu trabalho. Um escritor bancário (Marcos Campos) e um escritor de livros infantis (Sebastião Bortoni), dando vida aos personagens de Monteiro Lobato. Um tal de Maracajá (Roberto Cardoso), que dizem ser um cronista, que agora aqui vem traçando essas linhas. E sobre uma mesa de feltro verde, podemos apresentar outros jogos. Algumas cartas já estão no lixo sobre a mesa, enquanto outras ainda podem ser compradas no baralho, com novas rodadas todas elas voltam para o jogo. Basta juntar e embaralha-las, distribui-las, e construir novos jogos.

Sob um olhar crítico percebe-se que no RN, vem formando e formatando diversos festivais. Um festival de festivais em torno da leitura e do livro. Lembrando um festival de bichos, onde já apontamos um Galo, um Preá e um Maracajá. Poderíamos até apontar uma Caravela, que pode ser, um ser vivo no mar ou uma embarcação. Substantivos singulares e plurais.

O festival dos festivais. Festival bibliotecário e festival gráfico, festival editorial e literário, do estado do RN. E o festival do perdido leitor, tal como uma caravela ao sabor do vento. Mas uma caravela controlada pode trazer e levar conhecimentos. Foi assim que os ingleses conquistaram os mares e o conhecimento.

Por falta de capa dura e de orelha na capa, diversas ações em torno do livro vão acontecendo, no RN. E por falta de índice e introdução; apresentação e glossário. Leitores e escritores vão ficando perdidos com as folhas ao vento. Fato muito comum na Era da informação. É preciso encadernar ideias e páginas, para formar um conhecimento.

Tem festival na capital do litoral, e na capital do interior. Tem festival nas praias do Sul e nas praias do Norte. Festival com feira internacional e feira artesanal, feiras em terras de cangaceiros e terras de pipas. Feiras na tromba e no rabo do elefante, nas costas e nas pernas, na barriga do paquiderme norte-rio-grandense. Do cordel ao livro eletrônico; do artesanal ao PDF.

Mas, para entendermos a situação do RN, usemos a história. O RN na esquina do continente recebe em sua história diversos povos, de outros continentes, que chegaram com os ventos. Os que não tinham registros na história contadas em livros, já estavam em terra firme: potiguares e caicós, janduis e jucurutus, e outros povos indígenas. Muitos deixaram registros em pedras e rochas, já promovendo seus festivais literários.

Os que chegaram escrevendo, fazendo registros com tinta e papel foram os portugueses e holandeses. Com arquitetura e engenharia deixaram construções além dos livros e documentos escritos. Inscreveram sua história com o uso das pedras e cimento, criando estruturas fortificadas. Se os povos que chegaram, não foram até as rochas do interior, as rochas em forma de pedras chegaram até eles. Não escreveram em rochas mas usaram as pedras para construir uma linguagem. Usaram a arquitetura, uma antiga forma de literatura.

As primeiras embarcações podem ter chegado ali perdidas, em Natal/RN. E com o uso da escrita, podem ter alterado a história dizendo serem seus objetivos, calculados por estrelas e astrolábios. Depois das naus e caravelas, vieram os vapores, movidos por caldeiras. E depois chegaram os navios, movidos por óleo diesel. Os primeiros aviões vieram nos rastros deixados por embarcações. E chegou Saint Exupéry, aviador e escritor, com os primeiros voos franceses que deram origem a Air France. Natal foi ponto de apoio de voos entre Europa e EUA. Foi porto e aeroporto para povos navegantes. E depois dos aviões postais e comerciais, os aviões militares pousaram em Parnamirim Feeld. Natal vem ao longo de sua história sendo um porto e um aeroporto, recebendo outros povos que navegam pelas correntes de ventos. Hoje fala-se em ter um HUB, para receber os enormes aviões, em outro capítulo na história da navegação (aérea ou marítima). Ainda que diferente, a história se repete, questões de pontos de vistas.

Antes do homem conhecer e estudar, usar os ventos, as aves de já conheciam e usavam nas épocas de migração. Aves podem voar usando sensores magnéticos e correntes de ventos. As naus e caravelas observavam as aves e a bussola, as nuvens e os ventos. E diz a geologia que um dia os continentes eram mais próximos, dando oportunidades a homens e animais de atravessar as faixas de água, que hoje são salgadas.

Natal é uma cidade influenciada pelos ventos. Ventos que aportam outros povos, e pensamentos. E daí tantas ideias ao mesmo tempo, provocando regiões de altas ou baixas pressões, dependendo da temperatura. E tal como o tempo é incerto, ora chuva e ora sol, seguem as ideias e pensamentos com tempestades de ideias (braimstorming).



Texto para: Substantivo Plural

Texto publicado em: